A casa de papel:

Laura Schmidt, de cinco anos, está com um bebê no colo e o coloca para dormir. Enquanto isso, Pedro de Brito, também de cinco anos, atende ao telefone e, após desligá-lo, avisa Laura que terão visitas para jantar. Laura fica preocupada. Estava muito exausta para receber amigos naquela noite e decide que o cardápio será simples: massa com molho de frango e alface como salada. Pedro concorda e a auxilia nos afazeres domésticos. Ela começa a separar os ingredientes. Ele coloca as roupas na máquina de lavar, para antecipar os serviços do dia seguinte. depois abre as janelas para arejar o ambiente e dispõe as cortinas vermelhas para o lado de fora. Minutos depois chegam as visitas. É Alice Bianchini e Felipe Borba Molz, ambos de seis anos. Depois de se acomodarem, a eles é oferecido, em vez de chimarrão, iogurte de morango como aperitivo. E depois brincam de montar quebra-cabeças, enquanto aguardam o jantar. Lixo transformado em arte – Laura, Pedro, Alice e Felipe são dois casais de mentirinha. Mas eles brincam como adultos na casa de papel construída dentro da sala de aula, na Escola Municipal Luiz Schroeder, de Santa Cruz do Sul. A história começou assim. A turma do pré, ainda no ano passado, queria muito uma casa para brincar. Então a professora Gleni Rocha procurou a professora de Artes Ana Patrícia Fontoura e sugeriram o seguinte: mobilizar o maior número de alunos da instituição para trazerem caixas de leite vazias para a instituição. Conseguiram cerca de 600 caixinhas. Segundo passo: arrecadar jornais antigos para preencher as caixas de leite e formar tijolinhos. Enquanto as crianças preparavam o material, Gleni, com martelo em mãos, montava a estrutura de madeira. Depois de pronta, a casa foi mobiliada com utensílios básicos. Mesa, cadeiras, fogão, máquina de lavar, geladeira, armários, tudo em miniatura. No final, duas lições foram aprendidas com a atividade. A primeira é a de como reutilizar material reciclável. A segunda, é Felipe Molz, de seis anos, quem explica: “A gente aprendeu que o leite vem da vaca; e que depois ele vai para a usina e depois vai para o supermercado e lá a gente compra.”